Nascida e criada em Sumatra do Norte, Indonésia, a Ir. Maria é a quinta de nove irmãos. O ambiente culturalmente vibrante e religiosamente diverso em que cresceu ajudou a moldar sua visão de mundo e a abrir seu coração para Notre Dame de Sion.
Seu primeiro encontro com as irmãs NDS ocorreu no Instituto de Formação para Estudos Religiosos (IFRS) nas Filipinas, onde ela se inscreveu em um curso. “Elas eram minhas colegas de classe”, lembra ela, “e durante uma apresentação, as ouvi falar sobre ‘amor pelo povo judeu’. As palavras ficaram comigo; me perguntei o que significava amar o povo judeu”.
Essa centelha de curiosidade tornou-se a semente de sua vocação. Ela começou a explorar o carisma da Congregação, especialmente seu compromisso com as relações judaico-cristãs e inter-religiosas. A Ir. Maria percebeu que sua própria experiência de vida ressoava profundamente com a missão deles. “Vindo da Indonésia, onde a pluralidade religiosa faz parte da vida cotidiana, comecei a ver o valor e a necessidade de construir o entendimento entre as religiões”, disse ela. “E Sion me deu um espaço para viver e crescer nessa visão”.
A missa de sua profissão perpétua foi presidida pelo Bispo Honesto Ongtioco e concelebrada pelo Padre Herbie, pároco, e pelo Padre Matteo, um defensor inter-religioso com quem Maria trabalhou em muitas ocasiões. A presença de pessoas de diferentes esferas da vida de Maria criou uma atmosfera sagrada e alegre. Entre elas, estavam paroquianos de Kiloloron, onde uma das comunidades da Igreja Episcopal das Filipinas está sediada, colegas da Conferência Episcopal das Filipinas (CBCP), onde ela havia trabalhado, e irmãs da Igreja Episcopal. Mas a presença mais significativa foi a de sua família, especialmente sua tia e uma de suas irmãs, que vieram da Indonésia para testemunhar seu último “sim”.
Com o bispo, os padres e as irmãs de Nossa Senhora de Sion.
Os convidados foram acolhidos para um almoço após a celebração eucarística. Antes do início da refeição, houve um momento cultural: uma cerimônia tradicional Batak em homenagem à herança da Ir. Maria. Em um rito tocante, sua tia a presenteou com ikan mas arsik (um peixe dourado cozido tradicional) e ulos (um tecido sagrado tecido à mão). Na cultura Batak, esses símbolos são frequentemente dados em eventos cruciais da vida, como casamentos, batizados e outras cerimônias tradicionais.
O ikan mas arsik significa abundância e as bênçãos de uma vida frutífera. Ele ecoou a oração da família para que a Ir. Maria possa florescer em sua vida de serviço, fé e amor. O ulos, rico em calor e significado, serviu como um sinal de proteção, força e do abraço amoroso da família, mesmo enquanto ela trilha um caminho que a leva para longe de casa, mas que está sempre enraizada nele.
Refletindo sobre o dia, a Ir. Maria expressou profunda gratidão. “Meu coração se enche de gratidão a Deus, que tão pacientemente me guiou até este momento. E a todas as pessoas que me apoiaram: minha família, meus formadores, minha congregação e minhas irmãs na comunidade, guias espirituais e amigos, obrigada. Este momento pertence a todos nós.” Ela também falou sobre o quanto ficou profundamente comovida com o apoio alegre que recebeu online e pessoalmente. “Mesmo aqueles que não puderam comparecer enviaram suas orações e votos. Eu me senti carregada de amor”.
Ao olhar para o futuro, a Ir. Maria está repleta de esperança silenciosa e entusiasmo. “Tendo concluído meus estudos e agora com os votos perpétuos, estou animada para dedicar minha vida mais plenamente ao ministério do diálogo inter-religioso, especialmente em nosso contexto asiático”, disse ela.
“Fui convidada para fazer parte da equipe pastoral vocacional de Sion, que considero um ministério importante para a Congregação. É mais uma oportunidade cheia de graça para estar com outras pessoas, especialmente jovens que buscam o chamado de Deus em suas vidas.”
E agora, com seus votos professados e seus pés firmes no caminho, Ir. Maria carrega consigo um voto de vida, tecido com a tradição, fortalecido pela comunidade e repleto de fé, amor e esperança. Seu “sim” não é um fim, mas uma escolha de direção em uma jornada contínua de transformação.
Assista à celebração no YouTube.